Se pararmos para observar, podemos ver e conceber que tudo é fruto de um milagre; e que nada do que foi feito poderia ter existência sem ter sido por meio de um milagre: Nem as nossas vidas, nem os mares, nem o mundo, nem o céu com as estrelas, nem o sol e a lua e todo o universo; os quais um dia serão recolhidos como um rolo de papel – de acordo com o que João relatara da visão que lhe fora dada pelo Senhor quando escreveu o livro das revelações: Apocalipse. Pois Deus fará tudo novo: novos céus e nova terra.
O simples fato de sentirmos a brisa ou o vento no rosto e ouvirmos o barulho das ondas na praia, ou o fato de respirarmos, nos movermos e sonharmos (seja acordado ou dormindo), e até mesmo a salvação de nossas almas provida por Deus para nós mediante a fé no seu filho unigênito que morreu por nós na cruz para nos isentar de nossos pecados e culpa – tornando-se a justiça de Deus para nós –, é um milagre. A salvação é o maior milagre de Deus provido para nós por meio de sua graça.
É por meio do milagre da maravilhosa graça de Deus que superabundou em nossas vidas e por meio da fé que alcançamos o que Deus havia guardado e estava escondido e reservado desde a fundação dos séculos para nós. Pois aprouve a Deus salvar o homem pela loucura da pregação do evangelho. De modo que o evangelho é loucura para os que perecem, mas é o poder de Deus para salvar todos os que creem!
E fato é que a loucura de Deus é mais sábia do que a sabedoria humana; de modo que Deus usa as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias e as fracas para confundir as fortes, e as que não são para desfazer as que são. Se a própria palavra do Senhor Deus que foi inspirada pelo seu Espírito Santo fala da loucura do nosso Senhor que é mais sábia do que toda a sabedoria humana, imagine-se o privilégio de nos tornarmos loucos para este mundo perdido para viver uma vida que agrade a Deus por meio de sua graça e pelo poder do seu Espírito que age e atua em nós mediante a fé por essa maravilhosa graça que nos aperfeiçoa e nos molda cada vez mais conforme o caráter de Cristo...!
Então, ser cristão é ser louco para esse mundo por andar na contramão desse mundo louco... E, querer compreender um cristão ou um crente verdadeiro é algo impossível para uma pessoa incrédula, a não ser que esta se torne participante da mesma "loucura" que ele vive – ou seja: que se torne participante do mesmo Espírito que ele participa. Pois as coisas espirituais só se discernem espiritualmente. E participar do Espírito de Deus e viver uma nova vida segundo a vontade de Deus só é possível a quem aceita o evangelho e nasce novamente segundo a vontade de Deus pelo poder do seu Espírito: a vontade de Deus é expressa em sua Palavra e, somente o seu Espírito Santo nos ajuda e nos leva a obedecermos a essa palavra. Quem não nasce de novo vive segundo a carne (a natureza humana corrompida e pecaminosa), e não consegue agradar a Deus e nem compreender as coisas de Deus. O Espírito Santo do Senhor gera em nós um novo ser e nos faz caminhar segundo a nova natureza que é gerada em nós pelo seu poder, fazendo-nos andar em novidade de vida de forma a agradar a Deus e a rendermos graças e louvores ao seu Filho unigênito que é o autor e consumador da nossa fé! De fato: o evangelho é loucura para os que perecem, mas é o poder de Deus para salvar todos aqueles que creem!
Sabemos que em tudo Deus tem um propósito; e, nos enganarmos alguma vez, até mesmo isso Deus permite porque Ele é Deus e em tudo tem um propósito – mesmo que não compreendamos de pronto. Entretanto, Deus nunca deixa seus servos escolhidos decepcionados nem desamparados; e a sua palavra – que não é a palavra de homem para que minta – garante-nos que quem crê no seu filho não ficará confundido: Assim diz Javé: Aqueles que esperam em mim não ficarão confundidos.
Tudo que passamos e combatemos (as diversas tempestades da vida e os naufrágios que enfrentamos), só contribuem para que venhamos a adquirir a perseverança necessária para prosseguirmos a nossa caminhada nas marés desta vida velejando com a fé mais firme e com a gravidade de Abraão que foi cravada em nossos corações e em nossas faces não por termos algum mérito diante de Deus ou um caráter meramente aprovado pelos homens – ou uma moral aceita entre eles –, mas por acreditarmos que somos aceitos por Deus não apenas por nossas obras, mas pela fé e por meio da sua graça. E, por termos sidos provados pelo Senhor Deus de Israel – que é quem prova àqueles aos quais ama –, nos tornamos diferentes, nos expressamos diferentes e vivemos de forma diferente da que vive este mundo perdido...! Cristo, que é o autor da nossa nova vida, é quem nos ensina a vencer não pelo que somos ou pelo que temos, mas pela fé Nele e em sua palavra – Ele e sua Palavra concordam em um mesmo Espírito; e, por meio do seu Espírito, nós nos tornamos um só com Ele, que é o único Deus Eterno!
Pela fé, pois, e de glória em glória, é que conquistamos o que Deus tem para nós e que prosseguimos sempre adiante sem olhar para trás, rumo à soberana vocação que há em Cristo – De forma que, mesmo quando não temos nada, não olhamos para o fato de não termos – assim como não olharíamos para o fato de termos e sermos alguma coisa – visto que o ser ou o ter perante Deus não importa, mas sim o fato de crermos –, pois sermos aceitos por Ele somente pela fé! De modo que, se nada temos, mas temos a fé Nele, temos sempre o suficiente para prosseguirmos na nossa jornada e peregrinação espiritual aqui nesta terra; sabendo que a fé é também é um dom de Deus e é o firme fundamento das coisas que não podemos ver e a certeza de que iremos receber o que Deus prometeu e tem reservado e preparado para nós (...)! Pela fé, pois, homens de Deus como Abraão, Isaque, Jacó, Moisés e tantos outros mais – que tiveram suas histórias relatadas na Bíblia –, peregrinaram nesta terra fitos não nas coisas que se podia ver – às quais eram temporais –, mas nas que não se podiam ver – às quais sabiam ser eternas...!
Que o Senhor Deus os possa abençoar em nome do nosso Senhor Jesus.
Alisson Helmms
A Blasfêmia Contra o Espírito Santo
Diversos assuntos bíblicos são abordados, assuntos correlacionados à obra e à pessoa do Espírito Santo das maneiras as mais criativas e fantasiosas, que levam as pessoas a extremos insanos como de apelos emocionalistas que não transformam o ser, mas produzem sentimentalismos desenfreados.
Porém, ao ser referida a questão do relacionamento com o Espírito Santo, há um ponto que nem sempre é trabalhado, pois é pouco atraente, nem um pouco contagiante e escassamente emocionante — é a blasfêmia contra o Espírito Santo.
No texto, vemos um quadro onde os escribas revoltados com os ensinamentos de Jesus e Sua autoridade, procuram uma fortim de condená-Lo publicamente e mesmo deturpar os Seus sinais.
Porém, a maneira como Jesus os confrontava quanto à interpretação da Lei e anunciava uma contracultura através do amor, do serviço a favor da retidão que vem do coração, os irritava tremendamente. Associado a este fato, nota-se a preocupação dos familiares de Jesus em poupá-Lo de tais ataques proclamando que Ele estava fora de Si.
O momento era difícil: por um lado era chamado de maioral dos demônios, por outro de lunático; então Jesus fala sobre a blasfêmia contra o Espírito: "Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: pecados, e blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão..." (w. 28-29).
1 - A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO CONSISTE NA REJEIÇÃO DA GRAÇA
Uns dizem que a blasfêmia contra o Espírito Santo é o cair da graça, ou seja, perder a salvação após tê-la experimentado.
Então, o que se conclui é que a graça nunca foi de fato graça, mas ameaça a uma maior desgraça. Na história da Igreja cristã, muitos estudiosos emitiram seus pareceres neste assunto.
Para Irineu era a rejeição do Evangelho; para Atanásio era a negação da divindade de Cristo, a qual foi evidenciada ao homem pela concepção do Espírito Santo; para Orígenes era toda a quebra da Lei após o batismo; para Agostinho era a dureza do coração humano rejeitando a obra de Cristo.
Pelo texto pode-se concluir que tal pecado consiste na rejeição da Obra, Divindade e Ministério Salvífico de Cristo. Nós obtemos o perdão e a remissão dos nossos pecados pela aceitação do sacrifício de Cristo na cruz.
A negação de tal fato, implica em não anulação dos pecados. Ou mais: se é o Espírito que nos convence do pecado e nos conduz ao arrependimento e consequentemente ao perdão, é a rejeição durante esta vida toda de tal obra. Judas Iscariotes é um exemplo bíblico bem claro de tal fato. Judas viu Jesus de perto, participou de Seu ministério, ajudou em milagres, conhecia os lugares de oração, porém, não conhecia a Cristo como seu Salvador.
Os Escribas também conheciam muito bem a Lei e os profetas, sabiam de cor suas orientações, mas negavam e rejeitavam o seu cumprimento em Jesus.
Jesus enviou Seu Espírito para realizar a obra de convencer o homem e levá-lo ao Evangelho. A rejeição deste Evangelho não tem perdão, pois se constitui no pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo.
2 - A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO RESULTA EM CONDENAÇÃO ETERNA
Aquele que incorre neste pecado está destinado à perdição. Nenhum outro pecado é tão terrível em consequências como este. A ausência de perdão é fatal. Pois o perdão é o elo de religação, restauração entre a divindade e o homem. Sem este elo, Deus é inacessível ao homem.
Sem o perdão não existe possibilidade de redenção, de comunhão, de andar junto, de desfrutar e compartilhar com Deus. Sem o perdão não há salvação. Quando Deus recebe o homem em Seu descanso eterno, é porque em Cristo houve perdão de pecados, e por este meio o homem é reabilitado a desfrutar das delícias do Senhor. No presente, o homem é restaurado de suas iniquidades que fazem separação entre ele e Deus.
O endurecimento de coração do homem diante de Deus e a rejeição do seu amor fazem com que ele permaneça no estado de condenação.
Por outro lado, Jesus afirma: "todo aquele, pois que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha" (Mt 7.24). O crente verdadeiro não comete este pecado, e a evidência disso é o acolhimento da Palavra do Senhor e a sua prática.
3 - A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO É UMA ATITUDE QUE PODE SER CORRIGIDA
A verdadeira solução para a blasfêmia contra o Espírito Santo encontra-se na afirmação bíblica: "... hoje se ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações..." (Hb 3.7-8; SI 95.7-8). Assim, a solução está na volta para Deus, através do arrependimento e da fé no Senhor Jesus.
Dai, podermos afirmar que o pecado imperdoável torna-se perdoável através da conversão.
Alguém já disse: "O caminho de Deus não é fechado contra ninguém, senão para aquele que o fechou contra si mesmo".
A partir do arrependimento e da conversão, esse caminho é desobstruído, o perdão de Deus é estendido e o Espírito Santo, passa a morar no coração do arrependido, confirmando que ele já não é mais um blasfemo.
Na opinião de C. Senft "cada indivíduo deve combater sem tréguas o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo, clamando pelo Espírito Santo, arrependendo-se e obedecendo” (Lc 11.13).
Fonte: http://www.estudosgospel.com.br/estudos/polemicos/rejeicao-da-graca-a-blasfemia-contra-o-espirito-santo.html
